O ciclo da cana-de-açúcar caracterizou-se pela dominância da grande propriedade agrícola; a presença desprezível de mão-de-obra livre e/ou de população trabalhadora branca, com inteira dominância do trabalho escravo; a auto-suficiência da propriedade rural, que tanto produz o bem de exportação quanto os meios de subsistência da escravaria; a ausência de nexos econômicos significativos entre o setor exportador e o restante da economia, considerado "economia de subsistência"; o baixo nível de monetização das atividades econômicas internas, seja porque as transações do engenho de açúcar com o restante da economia são insignificantes, seja porque, no interior da firma açucareira, sendo a mão-de-obra escrava, não há pagamento; os fluxos monetários concentram-se na esfera das relações internacionais (receita de exportação, pagamento de juros no exterior, importação de equipamentos e dos bens de consumo da classe proprietária).
Os transbordamentos do negócio do açúcar, como a criação de gado do sertão, representavam economias escassamente monetizadas e de baixa produtividade. Os limites dessa expansão foram: A elevação dos custos (já que a terra livre é distante e sua utilização implica em custos crescentes); a exaustão de terras em boa localização ou de combustível, devida à devastação das florestas; e a queda de preços do açúcar, em decorrência de oferta excessiva ou não-regulada. Todos estes fatores estimularam a competição internacional, e a concorrência das colônias holandesas afetou a produção brasileira. Na fase de decadência, os plantadores de açúcar não puderam custear a aquisição de novos escravos e/ou a ocupação de nova terra. O sistema açucareiro não desapareceu, mas entrou em um estágio letárgico, com consequências sociais profundas....
Postado por:Thuany Maiorali
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